Se a minha vida fosse
perfeita o meu dia não começava às 6h30 da manhã. Ficava mais um pouco na cama
no “renhônhô” com os meus filhos. Não andava a correr toda a manhã a vesti-los,
a vestir-me, a preparar pequenos almoços pouco saudáveis e lanches para a
escola ainda menos saudáveis. Sentávamos-mos sem pressa a comer umas papas de
aveia quentes com mel e canela e fazíamos planos para o dia que temos pela
frente.
Se a minha vida fosse
perfeita não chegava ao trabalho já cansada da correria da manhã. Do deixa o
mais novo na avó, leva o pai ao emprego, larga o mais velho à porta da escola.
Não trabalhava das 9h às 17h30 num emprego onde ando desmotivada e com a cabeça
a fervilhar de ideias para outras coisas que realmente gostaria de estar a
fazer mas para as quais não consigo arranjar tempo. Em vez disso ficávamos em
casa, a aprender, a fazer, com gosto, o que realmente interessa.
Se a minha vida fosse
perfeita não tinha que arrastar os miúdos depois de um longo dia para resolver
assuntos sempre inadiáveis de um negócio herdado. Não chegávamos a casa depois
de mais de 12 horas de ausência para jantarmos alguma coisas, ainda menos
saudável que o pequeno-almoço e o lanche da escola, que comprámos pelo caminho
e que comemos à pressa às horas a que já devíamos estar na cama. Em vez disso pegava
nos miúdos e íamos passear ao jardim e depois em casa tomávamos banho na
banheira com espuma e jantávamos algo preparado por nós com tempo e carinho,
vindo directamente do nosso quintal.
Mas apesar da minha vida
não ser perfeita há sempre histórias à hora de deitar, há sempre muito renhônhô
connosco deitados na cama grande, a mãe, o pai e os filhos, e boas conversas
acerca do dia que passou, do pior, do melhor, do que podemos melhorar.
E muitos dias isso é o
que me basta para ser FELIZ!
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